sábado - 27/07/2024

Vilmar não queria dividir fazenda com ex-mulher e deixar de pagar pensão

No final de novembro a Justiça negou pedido de Vilmar Rodrigues da Rocha, ex-marido da vereadora Roseli da Academia,  para deixar de pagar a pensão alimentícia para a vítima. Logo em seguida, no dia 02 de dezembro, ela foi morta por bandidos que roubaram sua caminhonete. A Polícia Civil descobriu, nesta semana, que o roubo era fachada para a morte da vereadora, a mando de seu ex-marido, que está preso desde quarta-feira. Eles tinham  dois filhos.

Em 2013, o casal deu início ao processo de divórcio e desde então disputava a partilha de bens. Em novembro do mesmo ano, uma decisão judicial determinou que o empresário pagasse uma pensão alimentícia à ex-mulher estipulada no valor de cinco salários mínimos e meio, na época do processo, hoje em torno de R$ 5 mil. No último dia 20 de novembro de 2018, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás negou o recurso de Vilmar de exoneração do pagamento de pensão alimentícia. Exatamente 12 dias depois dessa decisão, Roseli foi assassinada.

A situação da maioria dos bens do casal já estava resolvida, no entanto, a disputa judicial se estendia devido a uma fazenda. De acordo com o processo, apesar de estar no nome de Vilmar, ele vinha alegando que o bem pertencia ao seu pai e, por isso, não poderia dividir com a ex-mulher.

Em 2012, o agricultor Vilmar Rocha chegou a registrar candidatura para disputar a Prefeitura de Bom Jesus pelo PMDB, mas teve a candidatura indeferida durante campanha eleitoral. Na época, o candidato declarou um patrimônio de quase R$ 4 milhões. Nas eleições de 2016, quando já estava divorciada, Roseli da Academia foi eleita vereadora pelo DEM.

Vilmar procurou Joaquim dos Santos, de 60 anos, e lhe prometeu uma quantia de R$ 50 mil para a execução. Em depoimento, Joaquim disse que não faria o serviço, mas contrataria alguém que fizesse. Segundo ele, Vilmar justificou o crime dizendo que a ex-mulher estava “judiando do pai e da mãe dele”.

Em seguida, Joaquim contratou o filho, Natanael dos Santos, de 22 anos. No domingo (2), antes da vereadora ser assassinada, Joaquim foi até Bom Jesus e apontou a casa onde Roseli Oliveira Rocha morava. Por volta das 22h, ela foi levada por dois criminosos em seu carro, enquanto abria o portão da casa.

No dia seguinte, o corpo da vítima foi encontrado dentro de um carro abandonado na BR-452. O veículo tinha sinais de capotamento e colisão com uma árvore. Após encontrar o corpo de Roseli, Natanael Cardoso dos Santos e Gilberto Alves da Silva, de 26 anos, foram abordados pela polícia enquanto caminhavam pela rodovia.

Presos, os dois esconderam a execução e disseram apenas que saíram de Itumbiara para roubar um veículo em Bom Jesus. Levando a polícia a trabalhar com a hipótese de latrocínio, que depois foi descartada pela evolução das investigações.

Na quarta-feira (12), a polícia prendeu o agenciador Joaquim dos Santos em Itumbiara. Ele confessou sua participação e disse que, após o crime, o próprio Vilmar foi até ele e entregou R$ 20 mil em espécie. “Ele veio de caminhonete branca”, contou.

O agenciador contou a polícia o que fez com o dinheiro: “Comprei uma moto, um armário, uma mesa com quatro cadeiras, um ventilador e um fogão. Paguei em dinheiro”, detalhou Joaquim.

Vilmar Rocha foi detido na manhã desta quinta-feira (13) em Bom Jesus de Goiás. No momento da prisão, a polícia apreendeu um revólver calibre 38, munição dos calibres 38, 380 e 32, além de mais de R$ 10 mil. Concluídas as investigações como homicídio qualificado, o inquérito policial será remetido ao Poder Judiciário e os presos ao presídio local.

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