Após 23 meses da administração do prefeito Zé Antônio (PTB), a área de habitação em Itumbiara recebeu um aporte de R$ 5 milhões em recursos. Não é um volume expressivo, aquém das promessas feitas durante a campanha eleitoral, mas esse não é problema. O fato é que transcorridos dois anos, a administração não conseguiu concluir e entregar uma única moradia, nem mesmo após herdar 130 casas nos conjuntos Juca Arantes III e Messias, em fase adiantada e gastando mais de R$ 200 mil por mês desde então.
Em 2017, primeiro ano da atual gestão, o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social (FUMHIS) consumiu R$ 2.604.255,39, dos quais foram efetivamente pagos R$ 2,2 milhões, deixando R$ 307 mil de restos a pagar para o exercício deste ano. Agora em 2018, o FUMHIS gastou cerca de R$ 2,2 milhões até novembro. No término do exercício, neste mês, a previsão é que o valor supere R$ 2,6 milhões. Assim, nos dois anos, a soma passa de R$ 5 milhões.
MANOBRA- Mas o que ninguém no governo municipal consegue explicar é porque a Prefeitura não entregou nenhuma moradia até hoje. O faz de conta na área habitacional começa pelo orçamento. Trata-se de peça fictícia, números aleatórios que apenas ilustram a planilha da previsão de despesas do Executivo. Para este ano, a estimativa era aplicar R$ 11,1 milhões na habitação, cerca de R$ 1 milhão por mês, mas na verdade, o valor atinge apenas 20% da previsão. O relatório de prestação de contas não detalha onde foram aplicados estes R$ 5 milhões, se em material de construção ou pagamento de mão-de-obra, o que não muda o fato das casas não terem sido entregues à população.
O Plano de Governo que Zé Antônio prometeu executar (ele ratificou as promessas feitas após a morte de Zé Gomes) prometia a construção de 3.000 casas em 48 meses (veja abaixo). Para atingir a meta, a Prefeitura teria que construir 2 casas/dia, incluindo fim de semana e feriados.
Porém, escoado metade do prazo estipulado, ninguém recebeu as chaves da primeira casa. Nos 700 dias desta administração, já deveriam ter sido entregues 1400 casas, sendo que 1.600 deveriam estar projetadas ou em andamento, mas a realidade é bem diferente. O conjunto Juca Arantes III foi iniciado no governo passado, que entregou com as paredes levantadas. A situação não mudou muito nos últimos dois anos. É verdade que há algumas casas cobertas e com reboco, faltando acabamento, mas muitas estão somente com as paredes levantadas. Falta cobertura, reboco, piso e acabamento. Não há previsão de conclusão, embora a placa indique que o conjunto deveria ter sido entregue em maio do ano passado. Atualmente, há poucos funcionários trabalhando no local, conforme atestou a reportagem. Com recursos do Ministério das Cidades, Caixa Econômica Federal e contrapartida da Prefeitura, o conjunto é orçado em R$ 1.060.973,62.
PREJUÍZO- No conjunto habitacional Messias, localizado ao lado do Bairro Maria Luiza Machado, estão sendo erguidas 30 moradias numa área de um alqueire, com recursos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS), Ministério das Cidades e Prefeitura. Os recursos somam R$ 1.267.779,72. As casas foram iniciadas na gestão passada e com as obras paradas desde então, as paredes começaram a cair, situação que deve se agravar com o período chuvoso.