quarta-feira - 01/05/2024

Prefeitura de Itumbiara quer o São Marcos, mas não tem capacidade de gestão e recursos

Hospital São Marcos tem custo de operação de R$ 8,5 milhões por mês, que é maior do que todo o orçamento da Secretaria Municipal de Saúde

O prefeito de Itumbiara, Zé Antônio, divulgou um vídeo em que aponta que o Estado poderia repassar o Hospital São Marcos para a gestão municipal. Mas essa não é a realidade. O documento tem uma resposta negativa à solicitação feita pelo prefeito para municipalização da unidade.

Diferente do que o prefeito divulgou no vídeo, o Estado não é favorável a entregar ao Município a gestão do hospital. No despacho de número 1477/2020, a Procuradoria de Defesa do Patrimônio Público e do Meio Ambiente do Estado se manifesta “desfavorável ao pedido de cessão temporária do imóvel destinado à instalação do Hospital São Marcos”.

Dentre os argumentos para que o Estado continue com a gestão do hospital e siga executando o trabalho de reestruturação da unidade para que possa receber os pacientes da Covid-19. Consta no documento enviado pela Secretária Estadual de Saúde que “o Hospital e Maternidade São Marcos está no planejamento desta Secretaria para ser utilizado como Hospital de Campanha ao enfrentamento da Pandemia de Covid-19.”

Contraditório
Em seu vídeo, o prefeito fala que o governador recebeu há três meses o Hospital São Marcos, e que o município teria condições de abrir imediatamente o hospital. “Eu tenho condição de instalar ali uma unidade especializada para atender paciente da Covid-19”, diz Zé Antônio no vídeo que circula na internet.

Ao mesmo tempo em que alega ter condições de assumir o Hospital São Marcos, o Município tem enfrenta uma ação na justiça em que o mesmo hospital tenta receber o valor de quase R$ 4 milhões. Essa ação é motivada pela falta de pagamento da Prefeitura pelo uso de uma das UTIs do hospital. A dívida é de antes da unidade decretar falência.

Se a Prefeitura mantêm esse débito junto ao hospital por conta de uma UTI, teria mesmo as condições de assumir a gestão da unidade e mantê-la em funcionamento?

Estadualização
Cinco hospitais em municípios do interior que foram estadualizados – quatro após autorização da Assembleia Legislativa e um por força de decisão judicial – vão propiciar entre 1.300 a 1.500 novos leitos no Estado.

Com isso, o estado descentraliza o atendimento prestado aos pacientes goianos que precisarem de internação durante a pandemia da Covid-19. Nesta contagem, não estão incluídas as estruturas das policlínicas, cujas unidades serão inauguradas este ano em Posse (já está funcionando), Quirinópolis e Goianésia.

Os novos hospitais estadualizados estão localizados em São Luiz dos Montes Belos. Formosa, Luziânia, Jataí e Itumbiara, esse último por determinação judicial.

Matéria reproduzida do Jornal Opção

VEJA TAMBÉM

PUBLICIDADE

spot_img

spot_img