sábado - 23/03/2024

Panamá teve origem na devoção e romaria do Divino Pai Eterno

Por volta de 1917 a 1918, Tereza Maria de Jesus, seu esposo Onório Borges do Carmo e mais um grupo de vizinhos iniciaram na antiga estrada que ligava Santa Rita do Paranaíba (Itumbiara) à Bananeira (Goiatuba), uma caminhada para rezar um terço em devoção ao Divino Pai Eterno.

Reunidos ao pé da montanha, subiam em oração como sinal de sacrifício e como marco inicial da fé ao Divino Pai eterno, fincaram uma cruz ali nas encostas da colina. Foram angariados fundos, junto aos fazendeiros locais e construíram uma capela em área doada pelo casal Onório Borges do Carmo e Tereza Maria de Jesus, inicialmente, um ranchinho feito com folhas de bacuri, um vegetal predominante na região. Em torno desta capela, surgiu um povoado, que mais tarde recebeu o nome de “Terra Quebrada” em virtude dos grandes declíneos do solo. Consta como primeiros moradores, o casal doador, José Flausino, Elizia Maria, Jerônimo Valério, João Amâncio e Chico Quati. Ao lado da capelinha construíram uma pequena barraca coberta de palhas para exposição de prendas em leiloes, que recebia dos romeiros deste local e das regiões vizinhas, no intuito de adquirir uma capela maior e mais acolhedora.

Por volta de 1928, após a construção de uma capela maior, adquiriram uma imagem do Divino Pai Eterno, trazida de Trindade-Go, onde as pessoas começaram a participar ativamente das rezas dos terços, mesmo tendo que viajar dias, pois o único meio de transporte, era o carro de bois. Eles se alojavam em barracas de palha construídas por eles mesmos. No meio daquele povo simples que rezava agradecendo e pedido graças ao Padroeiro, aconteciam alguns sinais de milagres da presença de Deus. Em virtude do grande número de romeiros que vinham para o festejos, surgiu a necessidade de melhorar a capela, o que aconteceu por iniciativa do Sr. Alvino Marques, que organizou uma comissão para construção de uma igreja, sendo erguida por José Ferreira de Paiva (José Pedreiro).

A Romaria dessa terra, a cada dia ficava mais intensa, vindo celebrar pela primeira vez na nova igreja o Padre Florentino Bermejo, que sugeriu que mudassem o nome do povoado para “Divinópolis em homenagem ao padroeiro Divino Pai Eterno. O povoado “Terra Quebrada” foi elevado à categoria de Distrito da Comarca de Itumbiara-GO, em 1931, já com o nome de Divinópolis, onde as festividades religiosas tradicionalmente continuavam sendo realizadas com nove dias de celebrações, tendo início no mês de junho, com término no 1º domingo de julho.

Por volta de 1932, imigraram para o Brasil, mais precisamente no Estado de Goiás, no povoado de Divinópolis, um casal de panamenhos oriundos da América Central que passaram a habitar às margens de um ribeirão, o qual, devido ao casal que ali residia, recebeu o nome de ribeirão Panamá. O Vilarejo foi desenvolvendo e se destacando naquela época com a agricultura e a pecuária graças ao seu solo fértil. Conforme Lei nº 709 de 01 de novembro de 1952, foi criado o município de Panamá, em homenagem ao casal que ali residia, e ao ribeirão que já havia adquirido este nome, desde então se elevou a Comarca, adquirindo autonomia municipal. A tradicional Festa religiosa do município referido, a cada ano foi ganhando destaque.

As atividades religiosas se concretizaram mais, vários Padres e Freis vinham celebrar as missas dominicais. Em 1973, chegou nesta cidade Frei Hugo, o qual criou revolução no processo religioso, transmitindo ao povo um ato caloroso de fé. Demoliu parte da antiga Igreja para ampliá-la e melhorá-la para aconchegar o povo de Deus. Enquanto prosseguia a construção, Frei Hugo e irmã Sensione celebraram missas, organizaram catequeses, reuniões de jovens e de casais nos barracões emprestados pela comunidade local, onde iniciou os primeiros movimentos de cursilho.

Frei Hugo foi transferido dessa cidade, a igreja ainda se encontrava inacabada e para substituí-lo veio Pe. José Alemão, dando continuidade aos trabalhos religiosos e materiais para o crescimento da igreja. Iniciou-se então o movimento de casais com Cristo, construíram um salão paroquial, onde trabalhou também de pedreiro. No ano de 1987, veio para Panamá, o Padre Euclides Bebiano dos Santos, provocando a maior revolução progressiva espiritual e material na história religiosa desse município. Além de incentivar a fé, Pe. Euclides reformou a Igreja por duas vezes, fazendo também a ampliação transformando a igreja em um verdadeiro santuário digno de acolher os filhos dessa terra e os romeiros de várias regiões.

Padre Euclides atuou até 1997, sendo transferido para outra cidade, deixando para trás um legado de pessoas que tinham na fé, a esperança de dias melhores. A tradicional Festa do Divino Pai Eterno, até os dias atuais, vem atraindo uma grande romaria, acolhendo o povo que deposita sua fé e agradece os milagres recebidos.

Foi construído, em 1995, a imagem do Divino Pai Eterno, em material bronze, com pintura automotiva, em tamanho real, no trevo de acesso à BR-153. Desde 1996, após a construção das Vias Sacras, com pinturas manuais, do trevo até a cidade, na antiga GO- 210, hoje GO-515, com iluminação em 1998 em todo o percurso, acontece uma caminhada de 8 (oito) quilômetros morro acima, reunindo fiéis de várias cidades circunvizinhas.

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