terça-feira - 15/10/2024

No Dia Mundial do Meio Ambiente, Caiado assina acordo de R$ 7 milhões para programa Juntos Pelo Araguaia

Protocolo de intenções entre Governo de Goiás e empresa Anglo American foca em investimentos nos próximos 18 meses na Bacia do Rio Araguaia e apoio durante cinco anos ao projeto. Governo deve incentivar novos acordos com a iniciativa privada. “É um projeto emblemático, eu diria que o maior do mundo, pois não há notícias de nada da dimensão do que estamos planejando para a cabeceira do Araguaia”, destaca governador

O governador Ronaldo Caiado assinou, nesta sexta-feira (05/06), Dia Mundial do Meio Ambiente, um protocolo de intenções entre o Governo de Goiás e a empresa Anglo American no valor de R$ 7 milhões, que serão destinados ao programa Juntos Pelo Araguaia. “É um projeto emblemático, eu diria que o maior do mundo, pois não há notícias de nada da dimensão do que estamos planejando para a cabeceira do Araguaia”, destaca.

A assinatura aconteceu de forma virtual por conta da pandemia de Covid-19, durante painel da Semana do Meio Ambiente, evento organizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

O programa está em fase final de elaboração do projeto executivo, em que já foram levantadas as áreas prioritárias da bacia por meio de uma extensa pesquisa socioambiental realizada pela Universidade Federal de Viçosa, com tratativas avançadas junto ao Ministério do Desenvolvimento Regional em relação à liberação de verbas.

O governador lembra a importância do Araguaia para a sociedade goiana e a necessidade de preservar este patrimônio. “É um rio que está pedindo socorro. O Araguaia é muito emblemático para o Estado de Goiás. Tem a beleza natural, o romance, boa parte das nossas histórias passam pelo rio, tudo convergindo naquele lindo cartão postal”, afirma.

Há exato um ano, o programa Juntos Pelo Araguaia era lançado em Aragarças, com a presença do presidente Jair Bolsonaro e dos governadores Ronaldo Caiado e Mauro Mendes, do Mato Grosso. “Um ano de muito trabalho para que hoje pudéssemos dar início a esta nova etapa de implementação”, disse Caiado. Mais de 10 mil hectares de vegetação nativa serão recompostos na bacia, uma área que engloba 15 municípios goianos e 10 matogrossenses.

“A importância do programa extrapola a questão ambiental”, disse a secretária Andréa Vulcanis. “É também um grande laboratório de conscientização, de mudança cultural e de impacto nas realidades socioeconômicas das populações que dependem do Araguaia”, pontua.

A secretária recebeu um elogio especial pelo trabalho à frente da gestão ambiental. “É uma pessoa determinada, competente, corajosa, reconhecida nacionalmente pelo trabalho, responsável por escrever grande parte dos textos sobre legislação ambiental, uma estudiosa da matéria. Foi extremamente honroso recebê-la no meu governo, porque sempre quis pessoas qualificadas e preparadas para mudar 100% o perfil da nossa secretaria do Meio Ambiente”, disse o governador.

Apoio
O CEO da Anglo American, Wilfred Bruijn, explicou a participação do projeto. “É um apoio programado para cinco anos, com ênfase para os primeiros 18 meses, para que o programa tenha uma forte tração no início”, explica. “É com grande satisfação que anunciamos este respaldo”, garante.

Segundo o governador Ronaldo Caiado, o governo já recebeu sinalização de outros empreendedores, interessados no impacto positivo do programa para o meio ambiente e para o setor econômico. “Este gesto da Anglo American serve como motivador para outros setores econômicos possam nos ajudar”, informa.

Durante sua fala, o governador anunciou que Goiás alcançou o posto de terceiro Estado mais produtivo do país, momento oportuno para discutir o novo modelo econômico planejado pelo governo. “Vamos mostrar para o Brasil e para o mundo que é possível aliar um alto desenvolvimento com preservação ambiental e conservação da água”, garante.

Debate
Durante a manhã, o Junto Pelo Araguaia foi debatido pelo painel “Avanços no caminho de implantação do maior projeto de revitalização de bacias hidrográficas do Brasil”, que reuniu a secretária Andréa Vulcanis, o presidente do Instituto Espinhaço, Luiz Oliveira, o professor do Departamento de Economia Rural da UFV e coordenador do grupo de trabalho do programa, José Ambrósio Ferreira Neto, o coordenador-geral de Revitalização de Bacias Hidrográficas do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Henrique Veiga, e o deputado federal e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner

Luiz Oliveira fez um panorama do Juntos Pelo Araguaia, da concepção à implantação. Segundo ele, o projeto tem importância histórica e só é possível por conta dos esforços do governador Ronaldo Caiado. “O programa é um impulso de que é possível trazer resultado, trazer pessoas para um objetivo comum, em torno de um projeto de Estado, de sociedade e não só de um governo”, afirma. “Ronaldo Caiado é, hoje, o maior ambientalista de Goiás”, disse.

O Instituto Espinhaço levantou junto ao cadastro 15 mil hectares passíveis de serem recuperados e, destes, 10 mil já estão no plano inicial do programa. “Onde muitos veem destruição, nós vemos oportunidade de ação”, aponta.

As parcerias com as prefeituras, produtores rurais e com a sociedade civil foram exaltadas pelos participantes. Luiz Oliveira lembra que “o berço das grandes cidades é sempre um rio, a humanidade nasce nos rios”. José Ambrósio também comentou o foco social. “O elemento humano é essencial na elaboração do mapa de prioridade. É por ele e para ele”, garante. “As áreas socialmente mais vulneráveis são, invariavelmente, as mais vulneráveis ambientalmente”, revela.

“É o produtor rural que vai nos ajudar neste esforço. Ele deve entender que sua propriedade está vulnerável e que impacta na produção”, acredita. O deputado federal José Mário Schreiner representou os produtores no debate e fez um panorama do engajamento da categoria desde o primeiro momento.

Representando o governo federal, Henrique Veiga fez uma apresentação das propostas da União para as bacias e afirmou que os projetos de recuperação ganharam mais visibilidade com a transferência da competência do Ministério do Meio Ambiente para o Desenvolvimento Regional.

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