A estiagem que já dura até 30 dias em algumas regiões do Estado começa a gerar efeitos negativos nas lavouras de soja. O último boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) trazia estimativa de um ligeiro crescimento, de 0,3%, da produção do grão em Goiás nesta safra ante ao ciclo 2017/2018, com previsão de alcançar 11,8 milhões de toneladas. Porém, o consultor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Pedro Arantes, diante de levantamentos realizados na semana passada, já avalia que “alguma perda” vai ocorrer. “Só não dá para quantificar de quanto”.
Segundo o consultor, mensurar esse impacto ainda não é possível porque o efeito da estiagem é desigual entre as lavouras. As com terra de maior qualidade suportam mais a falta de chuva, já as com solo mais arenoso, sofreriam mais o efeito.
Além disso, Pedro explica que têm locais que estão há 30 dias sem chuva e outros, 15 dias. Para completar, a chuva é irregular dentro de um mesmo município.
“Esses próximos dez dias serão fundamentais para a produção”, diz, ao comentar que há previsão de chuva para a próxima semana. “Se vier em três, quatro dias, minimiza o impacto (na produtividade).”
O consultor informa que esse período de estiagem pegou grande parte das lavouras de soja no momento mais crítico, que é a fase da floração e do enchimento do grão. “Precisa de água para formação”, cita. Pedro estima que em torno de 60% das lavouras da oleaginosa no Estado estejam nessa fase produtiva.
Segundo ele, plantios de soja em fase mais sensível a esse período estariam em praticamente todas as regiões do Estado, mas predominam na região Sudoeste e Entorno de Brasília.
Estimativas
No mais recente levantamento da Conab, divulgado no dia 11 deste mês, a companhia, apesar de prever aumento da produção, com esperados 11,8 milhões de toneladas na safra 2018/2019 ante 11,7 milhões na safra anterior, já previa queda de 2,3% na produtividade. A compensação viria pelo o aumento de 2,7% da área plantada com soja nesse ciclo, que saiu de 3,386 milhões de hectares em 2017/2018 para atuais 3,478 milhões.
O levantamento também mostrou comportamento semelhante nas estimativas da safra nacional do grão. De acordo com dados da Conab houve aumento de 1,8% na área plantada com a cultura no País, mas, apesar do estimado 1,2% de recuo na produtividade, espera-se cerca de 120 milhões de toneladas da oleaginosa, volume 0,7% superior ao colhido no ciclo 2017/2018.
Fonte: O Popular