quinta-feira - 26/12/2024

Caiado faz balanço de seu governo e reafirma compromisso com o combate à corrupção

O governador Ronaldo Caiado assegurou que o combate à corrupção e à criminalidade será implacável em sua gestão, ao fazer um balanço dos seis meses de governo nesta quarta-feira (3/7), durante entrevista aos programas “O Mundo em Sua Casa” e “Fala Goiás em Rede”, das rádios RBC FM e AM. Caiado ressaltou que esse combate se dará com total transparência, dando visibilidade a todas as irregularidades que forem apuradas. “Vamos dar outro rumo para Goiás. Estamos fazendo o dever de casa, cortando na carne, mas de maneira clara e objetiva. Sem mentir e omitir do goiano a realidade nua e crua, mostrando a qualquer pessoa que queira ver os dados”, garantiu.

Em sua análise, Caiado explicou que a realidade de crise econômica e fiscal, enfrentada por Goiás hoje, é resultado da prática irresponsável e corrupta instalada no Estado ao longo dos últimos anos. “É triste termos que recorrer ao Regime de Recuperação Fiscal, determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), já que Goiás não tem condição de quitar sua folha de pagamento. Não estamos celebrando. É um total constrangimento ver o Estado de Goiás, um dos mais ricos do Brasil, nesta situação de total inviabilidade econômica, financeira e fiscal. Este quadro mostra o quanto a irresponsabilidade de gestores anteriores levou para os ombros dos goianos a fatura da corrupção e do dinheiro mal aplicado”, lamentou.

O Programa de Compliance Público (PCP), salientou o governador, é a considerado uma vacina, um método preventivo, lançado no início de sua gestão e que será implantado em todos os órgãos do Governo de Goiás paulatinamente. Outro escudo é o Núcleo de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado, também criado no governo Caiado e que é composto por auditores fiscais, forças policiais e Ministério Público. “Onde houver corrupção em Goiás, nós iremos em cima, para resgatar a credibilidade do Estado. Mas infelizmente, essa vacina tem que ser aplicada todo dia. Não tem dose única. Quem tem essa cultura de usar o cargo ou poder para extorquir as pessoas continuam ainda muito resistentes em cada setor”, frisou.

Entre os exemplos de irregularidades já identificadas pelo Núcleo está o caso de três servidores da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) suspeitos de terem falsificado documentos para sonegação de impostos, além de ajudar empresas a ganhar a licitação para a construção e reforma de escolas em Goiás, junto à Secretaria de Obras. “Localizaram dinheiro vivo, cheque de empreiteiras. Já são mais de 16 casos identificados, que vinham agindo há mais de 10 anos”, detalhou o governador, apontando outras medidas da secretaria que redundaram em mais eficiência e economia para o Estado.

Ronaldo Caiado ainda comentou sobre a Operação Morfina, deflagrada pela Polícia Civil, na última segunda-feira (01/07), para investigar a suspeita de fraude e desvio no Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo), com envolvimento de empresas e médicos que burlavam sistema para terem acesso a valores não cadastrados. “Nos últimos oito anos, havia uma estrutura montada, com total conivência de alguém que ainda não foi identificado. O levantamento inicial aponta um desvio de R$ 500 milhões, podendo chegar a R$ 1 bilhão. Prestem atenção para o grau de insensibilidade e certeza de impunidade! Desviavam o dinheiro que o servidor pudesse ter acesso para si e sua família ao atendimento de saúde”, criticou.

Caiado ainda falou sobre o Hospital do Servidor Público, cujo anúncio da retomada das obras será feita nesta quarta-feira (03/07). “O hospital já custou R$ 84 milhões e segue inacabado. Era para estar pronto desde abril de 2016 e, no entanto, ainda precisa de R$ 8 milhões para concluir a obra, e mais R$ 80 milhões para equipar a unidade. E ele já foi inaugurado umas três vezes, tal qual o hospital de Uruaçu”, exemplificou. O governador também apontou outros exemplos de operação, como a “Avante”, que desarticulou uma quadrilha que falsificava título para concursos, e mencionou o caso auditor fiscal da secretaria de Estado de Fazenda foi preso pela Polícia Civil de Goiás em flagrante por supostamente ter tentado extorquir R$ 40 mil de um empresário, em Goiânia.

Também citou a situação da Vila Canaã. “O ‘robauto’ era o mais conhecido do Brasil; tinha até encomenda por determinada peça. Várias vezes a quadrilha que esquentava chassi era denunciada, e a denúncia arquivada. Ninguém falava nada”, recordou, citando também os esquemas descobertos no Detran. “Construiu-se uma cultura no Estado de Goiás em que a propina passou a ser obrigatória para que os empresários pudessem prestar serviços ao governo. Senão, ficava de fora!”, relatou.

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