quarta-feira - 13/11/2024

Aumento no consumo de cigarro na pandemia eleva risco de câncer

Segundo pesquisa, consumo de cigarros aumentou durante a pandemia. Para especialistas na área aumento no consumo de produtos com à base de tabaco pode ser responsável por agravo na saúde. Foto: svklimkin/Pixabay


A pandemia do novo coronavírus tem potencializado alguns hábitos nocivos à saúde, como o fumo. De acordo com estudo da Fundação Oswaldo Cruz, feito em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade Estadual de Campinas, 34,3% dos entrevistados que se declararam fumantes passaram a consumir mais cigarros por dia durante a pandemia: 22,8% aumentaram em dez, 6,4% em até cinco e 5,1% em 20 ou mais cigarros. Foram ouvidos 44.062 brasileiros, de ambos os sexos, de todos os níveis de escolaridade e de todas das faixas etárias a partir de 18 anos.

Os dados são preocupantes e reforçam a relevância das campanhas de conscientização no combate ao fumo, que alertam sobre as doenças e mortes evitáveis decorrentes do consumo de cigarros. Outro estudo, sobre o panorama do câncer de pulmão no Brasil, realizado pelo Instituto Oncoguia, revelou que o cigarro é responsável por cerca de 85% dos casos deste tipo de tumor, o que mais mata no país.

Segundo o oncologista clínico Bruno Ferrari, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas, diante da falta de perspectiva e do estresse gerado pela pandemia, o aumento do tabagismo deve ser encarado como um problema de saúde pública que trará impactos nos próximos anos à população. “A evolução da curva epidemiológica da Covid-19 impactará nossas vidas por um tempo indeterminado. Não podemos ignorar que entre os aspectos a serem observados com cautela está a herança de hábitos nocivos ao nosso corpo, gerados como reflexos desse momento atípico que estamos experimentando. Neste sentido, esse aumento no consumo de cigarros pode levar à curto ou médio prazos a um crescimento considerável nos índices de incidência de tumores malignos, entre eles o câncer de pulmão – que tem íntima relação com o vício”, explica.

O médico frisa a importância de adotar hábitos saudáveis e abandonar qualquer tipo de fumo, que além do cigarro comum inclui o cigarro eletrônico, narguilé e outros tipos que também contém nicotina. “Parar de fumar é a forma mais eficaz de se prevenir contra o câncer de pulmão, além de diversas outras doenças e tumores. O tabagismo é responsável por doenças respiratórias, coronarianas, osteoporose, obesidade e diabetes”, aponta.

Para Flávia Amaral Duarte, oncologista clínica do Grupo Oncoclínicas, outro fator que não pode ser desconsiderado é a vigilância contínua de possíveis sinais do surgimento de um tumor no pulmão, que podem ser facilmente confundidos com os do novo coronavírus, principalmente entre fumantes.

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