quarta-feira - 12/02/2025

Abandonado há dois anos, Parque Beija Flor é destruído pela omissão da Prefeitura e vandalismo

Construído para se tornar o primeiro grande parque urbano de Itumbiara, conjugando a preservação ao meio ambiente com a prática de esportes em diversos espaços públicos, em contato direto com a natureza, o Parque Beija Flor é hoje apenas um esqueleto corroído do projeto cuja primeira etapa foi entregue à população em dezembro de 2016.
Abandonado pela Prefeitura Municipal há 25 meses, na atual administração, a realidade do parque hoje é um retrato da irresponsabilidade do município com a preservação deste importante equipamento público, somado aos atos de vandalismo dos moradores. O parque foi projetado há cerca de 10 anos, no mandato do ex-prefeito Zé Gomes da Rocha, que buscou recursos junto ao Ministério do Turismo para executar a obra.
O projeto original previa construções dentro da área de preservação permanente e foi alvo de questionamentos e ações judiciais, além de multa dos órgãos fiscalizadores. O projeto foi refeito, com assinatura do arquiteto Sérgio Nagata e a obra começou no fim do segundo mandato de Zé Gomes (2009/2012), sendo a maior parte do parque construída na gestão Chico Balla (2013/2016), com recursos do governo federal e contrapartida da Prefeitura.
O parque foi inaugurado em 28/12/2016, com a execução total da primeira etapa e parcialmente da segunda etapa. Foram entregues as quadras poliesportivas, dois campos de futebol, a pista de cooper margeando o lago, estacionamento pavimentado, praça, quiosques, vestiários, parque infantil, bancos, lixeiras, iluminação com funcionamento do sistema elétrico e hidráulico, alambrados de proteção nas praças esportivas e ainda paisagismo e plantio de árvores utilizando parte dos recursos do convênio, mas foram deixados na conta, segundo a gestão anterior, entre saldo de convênio e atualização, uma quantia significativa para execução do restante da segunda etapa e início e conclusão da terceira etapa.
O parque começou a funcionar em dezembro de 2016, atendendo principalmente moradores da região Oeste, de bairros populosos, como Norma Gibaldi, Marolina, Cidade Jardim, Vila Vitória, Dionária Rocha, Planalto e Novo Horizonte, além dos conjuntos habitacionais, que aproveitavam da estrutura do parque para jogar futebol, vôlei de areia, fazer caminhada ou levar as crianças para brincar no parque infantil. Como a CELG não instalou o transformador havia limitação para uso dos nove chuveiros simultaneamente, mas a energia existente no padrão deixado pela construtora, atendia a iluminação do parque e vestiários.
Mas a partir de janeiro de 2017, com o governo Zé Antônio, o parque foi abandonado pela Prefeitura. A situação do parque deteriorou nestes dois anos pela ação do tempo, falta de manutenção e principalmente pelos atos de vandalismo, ante a falta de vigilantes no local. Nos dois campos de futebol, é impossível jogar bola. O mato cresce dentro do gramado e as grades de proteção foram arrancadas e agora animais pastam onde havia grama. As redes foram arrancadas e a grade retirada em vários pontos. Nas quadras esportivas, a situação é semelhante.
As pessoas evitam passar pelo parque devido ao mato alto e a escuridão à noite. Postes de iluminação foram arrancados e a fiação do parque foi arrancada ou exposta. Não há energia no parque e do padrão restou apenas a estrutura. Todos os bancos foram arrancados e das 12 lixeiras, restou apenas uma. A pista de caminhada, que margeia todo o parque linear, está tomada pelo mato ou danificada.
Mas a situação é ainda pior nos quiosques e vestiários. Eles foram totalmente destruídos. Portas arrancadas, forro retirado, telhado danificado, vasos, pias e pedras de mármores quebrados, torneiras arrancadas, todos os vidros quebrados, chuveiros furtados e uma grande sujeira por todo o local. Dentro das instalações há um forte mau cheiro, destroços do parque, vidros e telhas estão espalhados, com grande risco de acidentes. A fiação está exposta, as pessoas arrancaram os fios e as instalações terão que ser reconstruídas. A omissão do poder público em garantir a manutenção do parque e em colocar vigilantes, somando aos atos de vandalismo, causaram um grave prejuízo à cidade, pois os moradores não podem aproveitar deste equipamento público.
NOVA LICITAÇÃO- Em vídeo divulgado nas redes sociais, o prefeito Zé Antônio prometeu reconstruir o parque. Sem explicar porque o parque foi abandonado há mais de dois anos, prometeu uma nova licitação e um novo projeto para o parque, segundo ele mais moderno, a exemplo da Praça da República. Mas o projeto do parque, refeito na gestão anterior, é assinado pelo mesmo profissional que projetou a praça. Disse que o parque foi inaugurado em 2016 com “um gato de energia”, fato negado pela gestão anterior, pois havia o padrão de energia deixado pela construtora em funcionamento, suficiente para iluminar o parque, apenas com limitação para uso dos chuveiros simultaneamente.
Zé Antônio confirmou também, no vídeo, a existência de recursos do saldo de convênio e atualização disponíveis na conta da Caixa. O dinheiro terá que ser empregado na conclusão da segunda e terceira etapa, mas agora terá que incluir também uma quarta etapa, destinada à reforma da estrutura entregue em 2016. A nova licitação prevê investimento de R$ 2,5 milhões, com recursos do Ministério do Turismo e Caixa, de aproximadamente R$ 2,2 milhões e contrapartida da Prefeitura de Itumbiara, de aproximadamente R$ 300 mil.

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