Sem diretoria e parte do quadro de funcionários desde o início da administração de Ronaldo Caiado (DEM), a Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg) está com parte dos serviços paralisados. A situação impossibilita, por exemplo, a abertura de novas empresas no Estado.
De acordo com o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de Goiás (CRC-GO), Rangel Francisco Pinto, desde o primeiro dia útil do ano a instituição recebe reclamações de associados diariamente. “A última vez que conseguimos liberação de alguma certidão foi em 28 de dezembro de 2018, depois veio o recesso. O único serviço que funciona atualmente é o protocolo. Conseguimos abrir o pedido, mas o processo fica parado”, afirma o presidente.
Entre os serviços indisponíveis estão alterações contratuais, emissão de certidão simplificada, abertura de filial, além da criação de empresas. “A Juceg é um órgão essencial na economia do Estado. O serviço está parado porque não tem ninguém para assinar as certidões e liberar os documentos. Nós precisamos que o novo governo tenha mais agilidade neste ponto. Sei que funcionários comissionados são exonerados em mudanças de governo, é normal. Leva tempo para escolher o novo presidente, compreendo. Mas o Estado não pode parar”, disse Rangel.
Segundo o presidente, entre as reclamações que o conselho recebeu estão casos de empresários que desejam participar de licitações e não conseguem entrar nos processos por falta de documentação. Ainda de acordo com Rangel, a instituição questionou o governo estadual quanto a demora para nomear a nova diretoria da Juceg. “Nos pediram para esperar mais um dia. Depois, mais outro. Meu objetivo agora é conversar pessoalmente para buscar uma posição do governo”, conta o presidente.
Serviços
Empresária na área de tecnologia, Renata Machado de Farias, 37 anos, procurou a Juceg ontem para questionar sobre a demora para aprovar uma alteração em um contrato social. “Minha empresa mudou de endereço. Ficava no setor Sudoeste e agora estamos no Marista. Eu só preciso mudar essa informação. Meu contador disse que de um dia para o outro estaria resolvido. Entramos com o pedido no dia 3 de janeiro e ainda não obtive resposta. Lá na Juceg me informaram que a demora é porque o novo governo ainda não nomeou a diretoria”, afirma a empresária.
Renata conta que sem o endereço alterado, a empresa fica impedida de gerar nota fiscal. “Perguntei se teria outra forma de resolver o problema, mas me disseram que não. Agora, é esperar”, diz a empresária.
Fonte: O Popular